Editorial

Equilíbrio e atenção

Depois de 39 meses da atual legislatura, os vereadores pelotenses parecem ter adquirido um gosto por Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) nas últimas semanas. A medida é importante, necessária e principalmente um recurso democrático para lidar com questões sensíveis ao Município. E é nessas últimas três palavras que mora o perigo potencial de enrosco no cenário que se apresenta para os próximos meses.

Já faz uma semana que moradores da cidade sofrem com o péssimo serviço prestado pela CEEE Equatorial, algo que não é novidade. No ano passado teve gente ficando duas semanas no escuro. E o inverno nem chegou. A falta de qualidade mínima na prestação da concessionária de energia elétrica é motivo para revolta e questionamentos. No entanto, é uma câmara municipal quem deve debater isso? Está no seu escopo, claro. Em Porto Alegre já há CPI similar. No entanto, a Assembleia Legislativa, que é quem deveria ter maior competência para tal comissão, esbarra na falta de assinaturas. Inclusive de bancadas de partidos que, por aqui, assinaram. Qual a lógica? Não seria melhor conversar com seus colegas sobre a situação e tentar emplacar a investigação a um nível estadual, com mais recursos para debater a privatização de uma antiga estatal?

Mas, já que sairá a CPI por aqui, o ideal é que agora os vereadores se desdobrem em tentar fazer o trabalho ter resultados, com a preocupação necessária também em não afetar os trabalhos da outra comissão, que debate um tema mais local, as denúncias de desvios de recursos do Pronto Socorro. No meio disso tudo, a proposta por outra CPI, essa de problemas na Secretaria de Assistência Social, inclusive perdeu forças. E há, ainda, os trabalhos diários e incessantes que o cargo de vereador exige. É bastante coisa a ser lidada em uma legislatura que tem apenas mais nove meses pela frente.

Nas próximas semanas, os vereadores pelotenses terão muito trabalho. São comissões multipartidárias e com temas importantíssimos para serem debatidos. É importante que tal espaço não se torne apenas um palanque eleitoral, em ano de disputa nas urnas e potencial renovação de cadeiras do parlamento local. Para tanto, concentração e seriedade vão ser ainda mais necessários.


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